Processo de amostragem em auditorias financeiras

3.2. Amostra sequencial (Stop or Go)

A amostra sequencial permite evitar a sobreamostragem ao possibilitar a conclusão antecipada dos testes.

A amostra pode ser seleccionada em várias etapas, em que cada uma das etapas se baseia nos resultados da anterior. São efectuados testes por grupos até que a evidência acumulada seja suficiente para alcançar a confiança e a precisão inicialmente definidas.

A sua utilização permite maior eficiência, ao possibilitar amostras menores, mas apenas deve ser usada nas situações em que se esperam encontrar poucos erros.

Neste tipo de amostra é necessário identificar:

• O risco de definir um risco de controlo demasiado baixo ([1 - NC], NC: Nível de Confiança);
• A taxa de erros tolerável (limite superior aceitável).

Considerando um risco de 5% e uma taxa de erros tolerável de 5%, com base na Tabela 3 verifica-se que a dimensão da amostra inicial deve ser de 60.

A decisão sobre a continuidade das etapas é tomada com base nos resultados da amostra.

Admitindo que foi detectado um erro, com base na Tabela 4, o factor de risco a ser utilizado por definir um risco de controlo demasiado baixo é 4,8.

Dividindo o factor de risco pela dimensão da amostra obtém-se o limite superior de 8% (4.8 ÷ 60). Uma vez que o valor obtido (8%) é superior ao tolerável (5%) é necessário proceder ao aumento da amostra.

A nova dimensão da amostra é obtida pela divisão do factor de risco pela taxa de erros tolerável, sendo neste caso de 96 (4.8 ÷ 0,05).

Se não for detectado qualquer erro nos 36 (96 - 60) elementos adicionais da amostra o auditor pode concluir com 95% de confiança que a taxa de erros na população não excede os 5%.

Por outro lado, se forem detectados mais 2 erros, o número total de erros sobe para 3 e o limite superior obtido é 8% (7.8 ÷ 96). O auditor pode optar por aumentar a amostra em 60 elementos adicionais (7.8 ÷ 0,05 = 156 – 96) ou utilizar a taxa de erros na amostra de 3% (3 ÷ 96) como estimativa da taxa de erros esperada na população de forma a utilizar uma amostra de dimensão fixa.

Tabela 3 Dimensão Miníma da Amostra (0 erros esperados)

Fonte: GUY, D. M., Audit Sampling: an introduction, 60

Tabela 4 Dimensão da Amostra e Limite Superior

Fonte: GUY, D. M., Audit Sampling: an introduction, 61